sexta-feira, 18 de novembro de 2011

capitulo dois--Lacarmélio alfeo de Araujo

Uma pessoa com esse nome dificilmente passaria despercebida neste planeta.
E a intenção dele com certeza é deixar isso marcado.
Então continuando o segundo capitulo da historia dele:


Itabirinha De Mantena
A coisa mais mio de boa de la, era quando seu Nenem, trazia filmes novos.
----Anda Leninh sai dessa preguiça vamos vender taioba para irmos no cinema. --Cutucava Laca tentando acordar a irmã.
---mamãe manda ele parar de me acordar--Gritava Leninha pedindo socorro a dona Lina.
---Sua mãe não tá aqui.--Respondia avó.
---Ela foi cedo ajudar limpar a igreja, hoje tem missa. Leninha    pulou rápido da cama, lembrou do catecismo.
Laca levou um susto com a correria da irmã.
---Que isso!
---Cê é um panaca Laca, eu vou pro catecismo depois a missa e depois almoçar na casa do padrinho e assistir filme de graça.
Laca ficava indignado com a irmã, porque ela tem que ser afilhada logo dos donos do cinema e sua madrinha ser a maior puxa- saco dela.
---Eu vou lá na hora do matine, cê pede pra sua madrinha deixar eu entrar, senão eu ...
---Se não, o cê faz o que? ---perguntava Leninha cruzando as mãos em cima da barriga com ar desafiador?
Laca sabia que dependia dela para ir ao cinema, a mãe não tinha dinheiro.
---Eu te.... encho de beijinhos.
Saiu correndo atraz da irmã.
A família era pobre, mas unida. Dona Dina achou melhor ele vender umas taiobas e pedir a madrinha de Leninha  para deixar por menos era melhor.
---Vou fazer meu cineminha!! Resmungou depois que Leninha saiu pro catecismo.
Júlio só ficava observando os meninos e rindo.



O cineminha

Lacarmélio juntou um pouco de dinheiro.
Era fácil arranjar uns trocados pensava ele.Fez umas armadilhas de arapuca e pegava rolinhas, limpava e fritava, tinha freques na certa, Leninha não comia e nem gostava de ver tinha dó dos bichinhos.
Seu Juca o dono de umas das farmácias era um bom comprador, o primeiro lugar que Laca passava era lá.
Itabirinha tinha quase tudo aos pares, dois cinemas, duas farmácias,duas igrejas, dois grupos escolares, e já teria novidade ia ter um colégio, naquele tempo década de 60, para entrar no colégio tinhamos de nos submeter a um tal de admissão, quase um vestibular, quem fazia até a quarta serie, tinha que fazer essa bendita prova pra passar.
Júlio passou com noa 10, tirava 10 em tudo era um bom exemplo pros irmãos.
Pois bem Zenim, filho do seu Juca, um dos farmacêuticos, Tim e Guinho eram os melhores amigos de Laca. Ficaram todos entusiasmados com a produção do cineminha dele.
Pediu a sua mãe pra quando ela fosse em Mantena ( a cidade mais próxima de lá, considerada uma cidade grande) pra trazer pra ele papel celofane colorido e luzinha de lanterna.
--O que esse menino tá aprontando?--Perguntava pra mãe que mais cuidava deles, ela as vezes passava dias  em Mantena e Valadares resolvendo essas coisas de curso.
---Ele falou que vai fazer um cineminha.--Disse Julio
---E vou mesmo.-Afirmou laca.
Dona Lina achava bom, porque o tempo que ele ficava quieto em casa, não tava correndo risco de tá machucando em alguma cerca de pau.
Leninha era baliza nos desfiles de sete de setembro, ficava com suas amigas, Zina, Lili, Liana,Landes ensaiando os pulos.
Laca enchia o saco das meninas tentando fazer igual, elas davam cada salto.
---Já sei ! Enquanto a mamãe não traz o material pro cineminha, vamos fazer um circo.
---Oba! --Gritava Zina--Era a mais entusiasmada.
A casa onde eles moravam agora ficava perto de um morro, do fundo da casa dava pra ver a rua principal, sempre que eles estavam fazendo "arte" um ficava vigiando se tava na hora da mãe chegar, dona Lina tinha medo deles machucarem, mas quem dava conta de vigiar menino!  Dona Dina tava velhinha, cuidava da casa,do almoço e sempre tirava um cochilo, os meninos estudavam de manha e a tarde era livre, uma maravilha, era só brincar. Julio já trabalhava na prefeitura.
O cirquinho foi montado no quintal, saia a criançada toda na rua anunciando o espetáculo, todos eram telespectadores e também tinha funções no circo. A moeda de entrada era sempre cinco palitinhos de fósforo.
A vida ia passando. Lençol de Dona Lina virava lona de circo e também tela de cinema.




O cinema


Esse capitulo é um dos mais marcantes na vida do Lacarmélio, vou deixar pra contar amanhã, ou quem sabe mais tarde...estejam atentos ...teremos mais emoções.

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